SIGNIFICADO E IMPORTÂNCIA DO IMPROVISO (PARTE II)
“SOBRE O JOGO” Rosa Groisman / 2019
Inspirado e baseado no livro 'Música Transpessoal' de Carlos Fregtman
com colaboração de Egberto Gismonti e culturas ancestrais indígenas, com
a capacidade de abertura em mim pela convivência com guaranis e
kaigangs em encontros que despertaram a escuta e a vivência do silêncio
no Rio Grande do Sul/Brasil.
“A liberdade não é uma dádiva” dizia Don Juan.
O ato criador é a oportunidade de ter uma oportunidade.
O jogo não é, de modo algum, um acontecer trivial, pelo contrário, ele
implica a coragem de sermos nós mesmos, com os outros, no universo,
entregues ao que fazemos, aqui e agora, criando um ritmo espontâneo que
venha a confluir na vivência estética da flexibilidade.
O processo
criativo (fim e meta em si mesmo) restaura a ordem sensual dos sentidos,
livre das limitações da lógica, jogando sem esforço, rondando o
irracional como estímulo vital.
O jogo é um “ato livre” e, por conseguinte, artisticamente criador em sua essência mais profunda.
A liberdade interior implica um dar espaço ao novo e ao desconhecido,
enfrentando esses novos estímulos e criando novas respostas.
O
aparente enfraquecimento das funções do ego, imprescindível para
penetrar no campo lúdico primário, é, no fundo, “a maior força do
próprio eu”…
A evolução do jogo, é um passo importante no desenvolvimento onto e filogenético.
O jogo espontâneo pode auxiliar na vivência do estético, do maravilhoso, da recriação da vida.
Na região da mente não há limites, nem definições rigorosas, demência,
fantasia, alucinação ou sonho que não possa ser transcendido.
Somos o que pensamos…
Com os nossos pensamentos construímos o mundo.
Entramos na dimensão dos sonhos, dormidos ou acordados - num estado de ‘ensonho’…
Aflora a imaginação, num jogo de construção e desconstrução figurativo.
É o ato da criação.
Depois, esse jogo pode se tornar realidade ou não, nos próximos passos...